quinta-feira, 1 de setembro de 2011

MANUEL RUI

NOTA:
Os preços apresentados, são  MAIS BAIXOS NORMALMENTE DO QUE O EXPOSTO, na medida em que pretendemos que mesmo que haja aumentos, possamos manter os preços anualmente, pelo que não deve admirar-se do livro que nos comprou lhe chegar com um custo menor
GARANTIMOS É QUE NUNCA SERÁ SUPERIOR AO INDICADO.

Biografia

Manuel Rui Alves Monteiro nasceu no Huambo em 1941, tendo vivido durante anos em Coimbra onde se licenciou em Direito. Em Portugal foi advogado e membro da direção da revista "Vértice", de que foi colaborador. Regressou a Angola em 1974, onde ocupou diversos cargos políticos, tendo sido Ministro da Informação do Governo de Transição. Foi também professor universitário e Reitor da Universidade de Huambo, e posteriormente funcionário superior da Diamang e de novo jurista. Um dos principais ficcionistas Angolanos.


P.V.P.Espanha: 8,16 €

Sinopse




Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma.

Quem me Dera ser Onda de Manuel Rui

Excerto
Na família Diogo cada vez mais se desenhava diferença de atitude em relação a Carnaval da Vitória. Os dois miúdos tratavam o porco como membro da família. Limpavam o cocó dele, davam-lhe banho e, todos os dias, passavam nas traseiras do hotel a recolher dos contentores pitéus variados com que o bicho se jiboiava. O suíno estava culto, quase protocolar. Maneirava vénias de obséquio com o focinho e aprendera a acenar com a pata direita, além de se pôr de papo para o ar à mínima cócega que um dos miúdos lhe oferecesse na barriga. Pai Diogo aferia o porco de maneira diferente. Para ele era tudo carne, peso, contabilidade no orçamento familiar...»

Dimensões: 209 x 134 x 12 mm
Encadernação: Capa mole


Obra poética:
Poesia sem Notícias, 1967, Porto, e. a.;

A Onda, 1973, Coimbra, Ed. Centelha;

11 Poemas em Novembro (Ano Um), 1976, Luanda, União dos Escritores Angolanos;

11 Poemas em Novembro (Ano Dois), 1977, Luanda, União dos Escritores Angolanos;

11 Poemas em Novembro (Ano Três), 1978, Luanda, União dos Escritores Angolanos;

Agricultura, 1978, Luanda, Ed. Conselho Nacional de Cultura / Instituto Angolano do Livro;

11 Poemas em Novembro (Ano Quatro), 1979, Luanda, União dos Escritores Angolanos;

11 Poemas em Novembro (Ano Cinco), 1980, Luanda, União dos Escritores Angolanos;

11 Poemas em Novembro (Ano Seis), 1981, Luanda, União dos Escritores Angolanos;

11 Poemas em Novembro (Ano Sete), 1984, Luanda, União dos Escritores Angolanos;

Cinco Vezes Onze Poemas em Novembro (Reúne os 5 primeiros livros da série 11 Poemas em Novembro), 1985, Lisboa, Edições 70;

11 Poemas em Novembro (Ano Oito), 1988, Luanda, União dos Escritores Angolanos;

Assalto, sem data, Lisboa, Plátano Editora


DOIS POEMAS DESTE AUTOR PARA SI

Serenata
Caem à noite pedras
sobre o templo
do silêncio
de espaço
um ruído de automóvel
um toque de sinos de uma igreja
monotonia diurna que não quebra
a queda das pedras
no silêncio

De dia o templo é
noite
e à noite há o silêncio
o esgaravatar de uma gaivota em fogo
o estalar de folhas novas
numa árvore
sabendo a vício este cigarro
de cheira a seiva dos pinheiros

E as pedras caem
como chuva ou neve
todas as noites que noites
já são poucas

E a seiva pedra sobre o templo
e a gaivota
o vício
a folha
quebrando este silêncio

Onde as guitarras?
Os quissanges acontecem longe

  (No reino de Caliban II -  antologia
  panorâmica de poesia africana de ex-
  pressão portuguesa)

Mar novo
1

E a embarcação aparecia como um barco de recreio. 
Do pescador a musculatura dolorosamente suada 
merecia uma simples pincelada 
de silhueta negra 
impressionismo fácil 
afirmação exótica de que o dongo 
não andava sozinho. 

2

Mas é novo este azul    tela rasgada 
é novo o nosso olhar. 
É nova esta forma gestual de espuma 
feita sabor de amor de guerra e de vitória 
em nossas bocas férteis em nossa pálpebras 
de antigo medo clandestino 
soletrando a lágrima 
quando era o nosso mar recordação também 
escravizada: 
caminho secular de ir e não vir.

3

É nova esta areia 
este marulhar de fogo nos ouvidos 
quase notícia do rebentamento maior 
sobre o inimigo. 
É novo este calor como se o sol 
fosse um ananás coletivo suculento 
rasgado pelos dedos da madrugada mais quente 
e mais suave.

4

E é bom medir a água evaporada 
sobre a concha 
a alga 
a rocha. 
Medir também teu corpo natural 
onde encontrar a boca 
os pés 
os olhos 
a palavra.

5

E é bom verificar as mãos. Principalmente 
as nossas mãos umedecidas pelo mar. 
As mãos que tocam as coisas 
As mãos que fazem as coisas 
As mãos. As mãos terminal de carga 
e de descarga do nosso pensamento 
As mãos mergulhadas sob a água. 
na (re)descoberta tímida das essências 
no pulsar submarino de uma nova esperança. 

6

Tudo é fugaz 
entre o desenho do teu pé na areia 
e a onda que desfaz 
a marca 

Entre a guerra e a paz 
retorno fisicamente o poema      a onda 
constante meditação primeira. 

Nós e as coisas.

Nada permanece que não seja 
para a necessária mudança. 
 Que o diga o mar.

 (Cinco vezes onze - poemas em novembro)

PEDIDOS:
traztraz.net@gmail.com
TEL: 650671174
Fax: 924406362
ou
mensagem facebook

Sem comentários:

Enviar um comentário